Ciclo Schubert III
De volta a Schubert para mergulharmos nas profundezas da escuridão espiritual (Impromptu D935). De todos os improvisos, este é o menos sedutor numa primeira audição, no entanto, é aquele que revela a busca de uma linguagem pianística e poética mais profunda. A peça não parece destinar-se à sala de concertos, nem sequer à audição em salões privados. Não tenhamos dúvidas: Schubert compôs isto para si mesmo, e em cada compasso impôs-se uma busca de expressividade mais concentrada. O improviso inicia-se de uma forma repentina e inquietante. Se a figura rítmica inicial domina, domina em benefício da linha melódica: por volta dos 2 minutos e 50 dá-se a junção de dois universos aparentemente incompatíveis – um de origem rítmica e outro de inspiração melódica - na superação do equilibro clássico c...