Ciclo Schubert III
De volta a
Schubert para mergulharmos nas profundezas da escuridão espiritual (Impromptu
D935). De todos os improvisos, este é o menos sedutor numa primeira audição, no
entanto, é aquele que revela a busca de uma linguagem pianística e poética mais
profunda. A peça não parece destinar-se à sala de concertos, nem sequer à audição
em salões privados. Não tenhamos dúvidas: Schubert compôs isto para si mesmo, e
em cada compasso impôs-se uma busca de expressividade mais concentrada.
O improviso inicia-se
de uma forma repentina e inquietante. Se a figura rítmica inicial domina,
domina em benefício da linha melódica: por volta dos 2 minutos e 50 dá-se a junção
de dois universos aparentemente incompatíveis – um de origem rítmica e outro de
inspiração melódica - na superação do equilibro clássico convencional. Que página
grandiosa. Repare-se no cruzamento das mãos de Alfred Brandel.
O primeiro andamento é escrito em forma rondo, isto é, a devolução, ou o retorno do tema aparece como tónica invocando um efeito pianístico único. É uma melodia puramente schubertiana, fluida, que maneja requintadamente a arte do canto e da confidência. A mistura de sentimentos é delicada: há tanto de lirismo e de impaciente expectativa como de uma tristeza velada. Escutar isto, é escutar todo um universo de sensações emotivas.
O primeiro andamento é escrito em forma rondo, isto é, a devolução, ou o retorno do tema aparece como tónica invocando um efeito pianístico único. É uma melodia puramente schubertiana, fluida, que maneja requintadamente a arte do canto e da confidência. A mistura de sentimentos é delicada: há tanto de lirismo e de impaciente expectativa como de uma tristeza velada. Escutar isto, é escutar todo um universo de sensações emotivas.
Comentários
Enviar um comentário