O Ruído do Tempo

“Ser russo era ser pessimista; ser soviético era ser optimista. Por isso é que as palavras «Rússia Soviética» eram um paradoxo. O Poder nunca entendera isso. Achava que, se matasse suficiente população e desse à restante uma dieta de propaganda e terror, daí resultaria o optimismo. Mas onde estava a lógica disto? Também lhe tinham dito sempre, por várias formas e palavras, através de burocratas musicais e editoriais de jornais, que o que queriam era «um Chostakovich optimista». Outro paradoxo.” Julian Barnes, in O Ruído do Tempo. Tradução de Helena Cardoso, Quetzal Editores, 2016. Da esquerda para direita: Prokofiev, Chostakovich e Khachaturien. ...