Uma canção desesperada

 

                                                          


 

Considerada o ponto alto do Romantismo, Norma é uma ópera trágica em dois actos, de Vincenzo Bellini. O papel da sacerdotisa Norma é geralmente avaliado como um dos mais difíceis do repertório de soprano. Do pequeno número de cantoras que foi capaz de desempenhar o papel de Norma, com sucesso, podemos destacar duas: Montserrat Caballé e Maria Callas. Callas é considerada a intérprete suprema da personagem-título de Norma. 

Norma é uma grande sacerdotisa da Gália, na época da ocupação romana; os Druidas vêm pedir-lhe a sua autorização (a sua bênção) para se revoltarem contra os ocupantes, mas Norma convence-os de que não chegou ainda a altura de o fazer, movida pelo amor secreto por um oficial romano. 

 A área “Casta Diva” (1º Acto) é uma prece que Norma dirige à Lua, para que acalme os espíritos revoltosos dos Druidas, confessa o seu amor e afirma que tudo fará para o proteger.  

Ao escutarmos a superlativa voz de Maria Callas, podemos medir o tempo pelas palavras, cada vez mais curtas, cada vez mais duras, cada vez mais pobres, e instalarmo-nos no silêncio desta doce melodia, de quem reza, de quem sofre, por amor. 

Podem então as palavras descansar, vagarosamente.

 

 

 

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