Indomada







René Magritte, Elogio da dialéctica, 1936



 …uma casa para habitar
está escondida numa janela;
e o teu olhar fatiga-se
nas árvores, nas flores, nas
densas moitas, na hera que
reveste os muros, no céu que
te oferece um sol radioso
porque filtrado pela clausura.
Na janela, a lua é mais distante
e os topos dos pinheiros
tilintam-na com carinho
até ferir. O canto dos pássaros
será para os teus ouvidos
um concerto indizivelmente só.
Solitariamente, passearás
silenciosamente  por caminhos
os quais, como se tivessem sentimentos
se fecham num só. E se estiveres
muito pensativo, a ti
sonhador, as fontes te
alegrarão, se tudo estiver
disposto a auxiliar, assim
te agrade sentir que tudo
te apraz libertar.

Viva Abril

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