"Graças ao progresso destes tempos, da tua interioridade só te restarão as vísceras!"
- Baudelaire
A Vida Breve
Obter link
Facebook
X
Pinterest
Email
Outras aplicações
A Vida Breve: A invenção do Amor - Daniel Filipe (Primeiro programa) - Programa diário de poesia dita pelos seus autores, acrescentando património raro e valioso ao
A Reprodução Proibida, René Magritte, 1937. “Eu é um outro”, escreveu Rimbaud numa das suas mais célebres frases. A proposição pode ser interpretada no sentido (duplo) Heideggeriano. Quer dizer, num primeiro tempo, a linguagem surge-nos enquanto sistema ou natureza autónoma que interpela o homem; num segundo, como perda da autenticidade (ou decadência) em que passamos a um “nós” totalitário como característica da sociedade de massas. Porém, Magritte ao proibir a auto reprodução, proclama que não há existência de um “eu” que não se subtraia a um “tu”, para tal, questiona os limites da reprodução nesta era do vazio , mostrando um homem em frente a um espelho, onde o reflexo não é a imagem do seu rosto, mas das suas costas: “o eu é detestável”, afirmaria igualmente Rimbaud. Em “Reprodução P...
Dos elementos mais dinamicamente surpreendentes dos Smiths era que, entre a sensualidade e a angústia, a ironia e a crítica social, costumavam colar às suas letras uma matéria rítmica e melódica de grande invenção e inovação. “There Is a Light That Never Goes Out” é de uma intensa luminosidade musical que ressoa a um tempo e que se pode condensar na seguinte fórmula: “live fast, die young, be wild, and have fun!” Se estivéssemos numa aula de literatura, e se quiséssemos arranjar igual magnitude em frémito passional, poderíamos falar em livros que influenciaram de facto a vida real, como “A Paixão do Jovem Werther”, que inspirou uma onda de suicídios na altura da sua publicação. E tudo por causa do amor. A analogia serve de ponte para a opus magnum por excelênc...
Desperdicei o tempo, e agora é o tempo que me desperdiça. Pois fez de mim o seu relógio. Os meus pensamentos são minutos, e com suspiros tocam No mostrador dos meus olhos Onde o meu dedo, como um ponteiro Avança ainda, limpando-lhe as lágrimas. - Ricardo II A força viva da arte de William Shakespeare ilustra bem o modo como compreendemos o tempo. No famoso solilóquio de Ricardo II antes de morrer, o rei compara-se a um relógio. É uma analogia na qual compara os seus olhos ao mostrador, o seu pensamento aos minutos, e os seus dedos aos ponteiros do relógio. O tempo é um dos enigmas mais antigos da filosofia. E é de tal modo importante, já que a filosofia, desde os seus primórdios, chegou a definir a verdade, como o contrário do tempo – a eternidade. Como se sabe, Platão estabeleceu a eternidade para definir o ser de tudo aquilo que é. Quer dizer: aquilo que não muda é que é a verdade. A partir daqui, traçou-se a linha me...
Comentários
Enviar um comentário