VOLTAR ONDE JÁ FOMOS FELIZES
“Nada é mais
inabitável do que o lugar onde fomos felizes.”
- Cesar
Pavese
Quantas
vezes ouvimos a expressão que “não devemos voltar onde já fomos felizes”? Será
que Cesare Pavese tinha razão? Será que foi feliz? Pavese era implacável com os
lugares onde se foi feliz. Eram inabitáveis, ponto. Mas nós insistimos em
voltar aos locais onde temos boas recordações e, se for necessário, inventamos
até felicidades passadas como consolação para subsistirmos ao sarro dos dias. A
ideia de repetição é uma constante no nosso comportamento; repetir onde já
fomos felizes. É disso que nos fala “This Old house”, uma metáfora de uma
felicidade passada. A canção reenvia-nos para um espaço onde “Onde cada porta está aberta”, como modo
de viver onde não existem segredos e tudo é partilhado e transparente. No
fundo, “This old house” tem a ver com pessoas e não com lugares. Partindo do
princípio de que a felicidade não é inventada, voltamos aos espaços onde temos
boas recordações e reescrevemos a nossa história as vezes que forem
necessárias. O aroma ou a música que areja a “nossa velha casa”, é a voz ouvida pelo presente repetida, é a
memória que nos diz que somos capazes de voltar a ser felizes.
...isso!
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