MATAR POR AMOR


                                                              

Esta faz parte da História, da minha história. Uma canção desencantada, trágica, elegante, sofisticada, triste, meditativa, abrasiva, crítica, ácida e afiada até ao osso. O ritmo alegre e insistente engana, a letra, fala sobre como é falso o sentimento do amor, ou sobre a violência por amor. Aqui tudo é roubado: ricos, remediados, pobres e muito pobres - até corações. Nada escapa. Poderia ser uma canção sobre gangues. Nada disso. Morrissey ao incluir Hector como personagem torna tudo muito mais universal. Hector, como se sabe, foi o primeiro dos troianos que teve de enfrentar Aquiles na guerra de Troia. A guerra começou por uma história de amor, o amor por Helena. Hector foi massacrado por defendê-la, foi “o primeiro do gangue a morrer”, e os gregos, massacraram os habitantes de Troia, basicamente pela fraqueza da humanidade em amar. Esta história, isto é, a Ilíada, marca o início da literatura ocidental e, portanto, da nossa cultura. E se, Morrissey faz uma comparação com a actual violência dos gangues, é porque, a cultura ocidental, nas suas “heroicas” lutas por amor, resultam, muitas vezes, em mortes. O amor, torna-nos auto-destrutivos, e disso, estamos orgulhosos!



Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Reprodução Proibida

MORRER AO TEU LADO

A linguagem da transcendência