A MÚSICA DO AMOR IMPREVISTO
O domínio da
composição, do instrumento e da harmonia eternizaram este homem. Do piano, faz
sair todo um mundo. Há, em Bill Evans, uma faculdade de linguagem pianística,
uma energia da fala, poética, por assim dizer, mas que se manifesta pela
expressão dos símbolos musicais. Desses símbolos, dá conta My Foolish Heart,
numa abordagem que ocorre ao atingir o equilíbrio entre o género clássico e o
jazz e possui a mesma miríade de moldes emotivos - uma brincadeira agridoce,
ligeiramente obscura - que há muito distinguiu as suas composições. Evans
proporciona-nos uma graça contemplativa, quer dizer, meditativa, impondo um
lirismo que é uma constante na sua música. A história da melodia de My Foolish
Heart é rica, permeando todas as fendas da majestosa beleza que a define: um
calor melódico que nos abraça num movimento ensolarado. E é o que estamos a
precisar para os dias de Inverno.
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