“A
interpretação técnica do pensamento como cálculo que se instalou na cultura
ocidental, primeiro com a filosofia e depois com a ciência, procura garantir o domínio
do homem sobre a efectividade do real. Adopta, por isso, um ponto de vista
representativo, privilegiando a exactidão do conceito, a lógica e as categorias
explicativas da causalidade. O pensar hermenêutico de Heidegger, pelo
contrário, convida-nos a fazer a experiência existencial e hermenêutica do “estar-aí”,
o que requer, como não cessa de nos advertir, um salto (sprung) das meditações
ônticas do calcular para o horizonte da eksistência onde, mais originariamente,
o ser se abre em clareira e o mundo se dá ver.”
Mafalda de Faria
Blanc, Estudos sobre Heidegger. Editores Guerra e Paz, 2018.
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