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A mostrar mensagens de setembro, 2020

- Ora bolas, beleza, e nós?

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                                                                            “O que é belo faz-nos lembrar a natureza enquanto tal – aquilo que existe para além do humano e do produzido e desse modo estimula e aprofunda o nosso sentido da pura amplitude e plenitude da realidade, inanimada mas também vibrante.  Um feliz subproduto desta visão, se visão é: a beleza reconquista a sua solidez, a sua inevitabilidade, como um juízo necessário para dar sentido a uma grande dose das nossas energias, afinidades e admirações; e as noções usurpadoras revelam-se risíveis.  Imagine-se alguém dizer: «Este pôr do sol é interessante.»”   Susan Sontag, Ao Mesmo Tempo, Um debate sobre a beleza. Tradução de José Lima, Quetzal Editores, 2011.   À margem: que se pense duas vezes antes de s...

Um lindo enterro

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                                                                 Ao ler a crónica de Luís J. Santos no Ípsilon de 18 Setembro 2020, deparei-me com uma versão de Nick Cave de um clássico dos T Rex. Um dos elementos mais surpreendentes da sua versão de Cosmic Dancer, é o que -, entre a melancolia e a matéria melódica e visual -, consegue arrancar de poético ao original.     Esta plasticidade explica-se pela sua abordagem de pendor mais reflexivo, feita num registo mais grave e de finas texturas. E assim, a canção é elevada a uma dignidade e a uma rarefação metafísica, o que não impede a fulcral irrupção da sarcástica interrogação: " Is it wrong to/ understand/The fear that dwells inside a man?/What's it like to be a loon?"   Até na descontada naturalidade de se ser assumidamente “lunático ”, o poema ...